Carnaval chegando… todo mundo colocando o bloco na rua, seus colegas tentando desesperadamente montar uma agenda, sempre de forma a caber a maior quantidade de blocos possível… e você? Bem. Se você não gosta de Carnaval, está tudo bem. Mas e se gosta? Como um católico deve se comportar no Carnaval?
A primeira coisa é colocar os mimimis de lado. Muitos demonizam a data como se nestes dias houvesse algo de diabólico no ar. Não há. O que tem é gente sem critério fazendo coisas que dariam vergonha no coisa ruim.
O Carnaval é uma festa com influências do mundo todo. Tem características trazidas de egípcios, gregos, babilônicos, hebreus e romanos. Uma das versões (sempre versões) para a figura do Rei Momo, por exemplo, vem da tradição Babilônica, na qual um prisioneiro assumia o papel de rei por um dado período. Podia comer e vestir-se como o rei e até “usar” suas concubinas. Gostou? É… mas ao final ele era morto ou empalado. Alguém aí quer ser Rei Momo?
O formato atual do Carnaval pode ter surgido a partir das festas Saturnais na Roma Antiga. Era uma celebração em honra a Saturno, deus romano da agricultura. Nessa ocasião, todos saíam para dançar nas ruas em meio a desfiles de “carros navais”, uma forma ancestral dos carros alegóricos, chamados assim pela sua semelhança com navios. Ah… adivinha o que eles carregavam? Gente nua! Olha aí… quanta diferença. Acredita-se que os carros navais podem ser a origem da palavra Carnaval, já que em latim se chamavam “Carrum Navalis”. Mas isso é controverso.
A versão mais aceita é que a palavra Carnaval se origina da expressão “Carnem Levare” que significa algo como “livrar-se da carne”. E aí entra a Igreja na história. Com o estabelecimento do ano litúrgico como conhecemos hoje, a Igreja fez com que o Carnaval passasse a ser uma espécie de despedida da carne (em sentido amplo – da carnalidade, materialidade) antes do período de penitência da Quaresma. Obviamente, a ideia era dar um freio na baderna, o que efetivamente ocorreu, se você pensar nos Carnavais clássicos da Europa, como o de Veneza. Assim, a data do Carnaval passou a ser definitivamente atrelada à da Páscoa, como acontece até hoje.
Claro que depois desse tempo de bonança deram um jeito de refundar a avacalhação (eu realmente estou me segurando pra não usar a palavra que estou pensando – deixo isso pra sua imaginação, caro leitor). E nós aqui no Brasil fomos muito competentes nisso. Agora, temos um Carnaval moderno, novamente muito parecido com as festas Saturnais da Roma antiga (só falta matar o Rei Momo no final).
Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas e nós católicos? Como devemos nos comportar no Carnaval? Bem. Essa história toda foi pra fazer você entender que uma boa referência de comportamento é a forma como se vivia o Carnaval na época em que ele era mais, digamos “cristianizado”. Ou seja, quer se fantasiar ou se divertir? Ok! Mas faça isso com decência!
Em outras palavras, você não precisa andar pelado(a) pra se fantasiar. Nem tampouco precisa embarcar no clima geral de pegação e bebedeira dos blocos de rua. É o mesmo critério de quando se vai pra balada ou pra festa de final de ano da empresa. Essas coisas acontecem, mas você não precisa participar delas!
Divertir-se não é pecado nenhum. Fantasiar-se menos ainda. Os pecados que podem ser cometidos no âmbito das festas de Carnaval são os mesmos que podem ser cometidos todos os dias, e eles só dependem de uma coisa: da sua liberdade! Claro que no Carnaval a tentação tende a ser maior, mas cada um sabe até onde aguenta. Não é diferente no nosso dia a dia. O tempo todo temos ocasiões de pecado. Por isso é que precisamos andar de olhos abertos, atentos a toda a realidade. Devemos ser vigilantes o tempo todo. Devemos principalmente ser fiéis aos critérios e valores que a Igreja nos dá para viver a vida.
Então, se você quer ir a um retiro, vá. Se você quer ficar em casa, fique. Se você quer se divertir no bloco, divirta-se. Mas em todas as coisas que você faça, não se esqueça: seja livre, sem esquecer dos seus limites, valores e principalmente do que dá sentido a todas as coisas: Cristo!
FONTE: O Catequista
Nenhum comentário:
Postar um comentário